Como vimos
anteriormente, Lully foi o responsável por colocar os violinos a frente da
orquestra. A variedade de instrumentos teria de ser a menor possível, em parte
para poder ser melhor apreciada nos palácios e em parte pela característica das
peças. Nascia então a ciência musical denominada acústica.
Embora não
houvesse uma formação orquestral fixa, (a escolha dos instrumentos variava
segundo a vontade do compositor) as cordas eram o elemento essencial em quase
todas as obras. Possuíam uma seção de violinos, violas, violoncelos ou violas
da gamba e por vezes um violone ou rabecão, hoje substituído pelo contrabaixo.
O acompanhamento do baixo contínuo, especialmente o cravo, é uma constante
deste período.
Os tímpanos
eram pouco utilizados bem como qualquer outro instrumento de percussão. Os
metais são pouco vistos. A utilização de ambos variava segundo a necessidade da
obra. Por exemplo, certa vez o rei da Inglaterra pediu a Handel (1685-1759)
para compor uma obra que seria executada durante a queima de fogos de
artifício. Handel então orquestrou sua obra “Royal Fireworks Music” com uma
grande quantidade de metais como trompetes, trompas e trombones, além da
percussão. Porém não utilizou as cordas pois o som das mesmas se perderia
frente a massa sonora provocada pelos fogos, metais e percussão. Posteriormente
ele faria um novo arranjo para ser executado em lugares menores com menos
instrumentos e utilizando toda a seção de cordas.
Com o
aparecimento da ópera, surge também a figura do mecenas, o patrocinador da
arte, que geralmente pertencia a aristocracia ou a nobreza. Desta forma, a
música tornou-se erudita, de gosto refinado e discurso elaborado para ser
apreciada por um público mais seleto.
Na maior parte
das obras barrocas, a melodia fica por conta dos primeiros violinos, as notas
intermediárias da harmonia ficam por conta dos segundos violinos e das violas,
as notas graves são de responsabilidade dos cellos e contrabaixos e a
realização dos acordes ficam por conta dos instrumentos de teclado tais como o
órgão ou o cravo.
As madeiras
vem, inicialmente representadas pelo fagote e pelo oboé. Posteriormente é
incorporada a flauta transversal e mais tarde o clarinete. Os metais vem com a
trompa, trompetes e trombones.
Conclusão.
A orquestra evoluiu muito ao longo de sua existência.
Aqui nos coube apenas mostrar um pouco desta evolução. A verdade é que, desde
que foi consolidada, a música instrumental ganhou maior importância, tanto no
conjunto como nas obras solistas.
A necessidade de se ter uma sonoridade melhor dentro
desta, forçou as mudanças no material dos instrumentos e nas demais mudanças
qualitativas destes. Também forçou o aperfeiçoamento das salas de concerto,
buscando melhorá-las em termos de acústica.
Abaixo um esquema da orquestra moderna, bem maior e
mais elaborada do que nos primórdios.
Leiam também as 3 primeiras partes deste trabalho:
Parceiro: Casa da Musika
Nenhum comentário:
Postar um comentário