quarta-feira, 12 de junho de 2019

Cinebiografias da Música (Compositores)

Entramos na terceira parte das cinebiografias do mundo da música, mostrando alguns dos melhores filmes sobre compositores da música erudita.

1) Sonata de Amor (Song Of Love - 1947)


Contando em seu elenco a maravilhosa atriz Katharine Hepburn (recordista em Oscares, com 4 estatuetas vencidas), Sonata de Amor fala sobre o casal Clara Schumann, Robert Schumann e o pupilo Johannes Brahms. O filme já se inicia em um período em que a exímia pianista Clara havia se afastado dos palcos para se dedicar ao famoso marido e seus 7 filhos. Acometido pela sífilis, Schumann (Paul Henreid) também se distancia dos palcos e passa a lecionar, recebendo em sua casa o jovem compositor Brahms (Robert Walker). Brahms passa a nutrir um amor platônico por Clara. O desenrolar da trama segue com Clara voltando aos palcos para pagar as contas, enquanto seu marido começa a lidar com a doença.

2) Sonho de Amor (Song Without End - 1960)


Sonho de Amor conta a história do famoso pianista e compositor húngaro Franz Liszt, aqui interpretado por Dirk Bogarde. O filme fala de sua carreira como famoso pianista, enquanto tenta se afirmar também como compositor. Durante a trama, Liszt se vê envolto em escândalos pessoais, envolvendo-se com uma condessa francesa e se apaixona por uma princesa russa. A veracidade dos fatos do filme podem ser questionadas. Liszt abraçou a vida religiosa, morrendo pobre e solitário.

3) À Noite Sonhamos (A Song To Remember - 1945)


Chopin, assim como Liszt, era um famoso pianista e também compositor. Interpretado por Cornel Wilde, Chopin é expulso da Polônia por se recusar a tocar para o governador Czarista. Refugiado na França, conhece a escritora Aurore Dupin (Merle Oberon), conhecida pelo psudônimo de George Sand. Os dois se apaixonam e se refugiam em Majorca, onde a tuberculose passa a atacar o compositor. O filme ganhou 6 indicações ao Oscar, incluíndo melhor ator para Wilde, e Roteiro Adaptado.

4) Minha Amada Imortal (Immortal Beloved - 1994)


Após a morte de Ludwig Van Beethoven (Gary Oldman), seu amigo de longa data, Anton Felix Schindler (Jeroen Krabbé) inicia uma luta para cumprir o testamento do mestre, que deixou tudo para sua "Amada Imortal". Sem revelar o nome desta, Schindler deve investigar o passado de seu amigo, seus inúmeros romances, e desvendar a identidade sa misteriosa mulher. Mais uma vez a necessidade hollywoodiana de surpreender o público se faz presente, em detrimento dos fato. Embora com floreios, boa parte da narrativa é real, incluindo os problemas com o pai, sua surdez e seu conturbado relacionamento com o irmão, sua cunhada e seu sobrinho, de quem foi tutor após a morte do irmão. 

5) Amadeus (Amadeus - 1984)


Um dos mais aclamados filmes de todos os tempos é a cinebiografia de Wolfgang Amadeus Mozart. Porém, é uma obra mais fictícia do que verdadeira. Hollywood é obcecada pela relação mocinho/bandido, e neste filme não é diferente. O escalado para ser o "bandido" é o compositor italiano Antonio Salieri (F. Murray Abraham, em papel que lhe rendeu um Oscar). Salieri era o compositor da corte austríaca e fã da obra de Mozart (Tom Hulce). O filme se inicia com o já idoso Salieri tentando suicídio e alegando ter matado Mozart. Passado em flashbacks, sob a narração de Salieri, o filme conta como Mozart chegou à Viena como uma grande promessa e foi aos poucos descartado pelos nobres, passando por problemas financeiros e de saúde que culminaram com sua precoce morte aos 35 anos. Apesar da história não ser 100% verídica, o filme do diretor Milos Forman é uma preciosidade, com excelentes atuações, um roteiro muito bem escrito e uma produção fantástica, sendo indicado a 11 Oscar e recebido 8, incluindo Melhor Filme.

6) Villa-Lobos - Uma Vida de Paixão (2000)


Não poderíamos deixar de fora o maior compositor brasileiro. Heitor Villa-Lobos também foi homenageado nas telonas. Destaque para o filme de Zelito Viana, Villa-Lobos: Uma Vida de Paixão, que narra a história do pequeno Villa, sua relação com a tia Fifina (Lucinha Lins) seus dois casamentos com a pianista Lucília (Ana Beatriz Nogueira) e Mindinha (Letícia Spiller), suas obras e sua atuação como educador. Villa-Lobos é interpretado por Marcus Palmeira (fase jovem) e Antônio Fagundes (fase mais velha).

Acompanhem também as duas primeiras postagens sobre cinebiografias do mundo da música.



Referências:







segunda-feira, 3 de junho de 2019

Cinebiografias da Música (cont.)

Continuando com a nossa séria de postagens sobre cinebiografias do mundo da Música. Iniciaremos com filmes que, além de contarem a história de personalidades da música, são também filmes musicais, ou seja, cuja história é contada através da música, substituindo diálogos pelo canto.

1 - Rocketman (Rocketman - 2019)



O filme lançado na última semana de maio conta a história do cantor Elton John, seus traumas familiares, envolvimento com drogas, casos homossexuais e sua amizade com o parceiro de composição Bernie Taupin. Um belíssimo filme musical, que aproveita as letras de Bernie de forma magnífica, fazendo paralelo com os acontecimentos do filme. Além de trazer um belo visual, números musicais bem coreografados e uma história profunda e bem contada, o filme se destaca por não ser uma biografia convencional (Elton John não é um artista convencional), optando mais pelo gênero Musical, porém sem abandonar o gênero Drama.

2 - De-Lovely - Vida e Amores de Cole Porter (De-Lovely - 2004)


O filme de 2004 conta a história do compositor Cole Porter, sua relação com a esposa linda, seus casos homossexuais e tragédias pessoais. Repleto de participações especiais, contando com artistas como Alanis Morissette, Robbie Williams, Elvis Costelo, Sheryl Crow, entre outros, além da performance incrível de Kevin Kline, o filme percorre o caminho do já compositor Porter, do quase anonimato até a fama com os musicais e filmes de Hollywood. É contado como um flashback, do Cole Porter em seu delírio de morte à uma espécie de anjo ou ceifeiro, interpretado pelo excelente Jonathan Pryce.

3 - O Show Deve Continuar (All That Jazz - 1979)


Mais um filme do gênero Musical, O Show Deve Continuar é o único da lista que não representa uma biografia comum. Na verdade é um relato semi autobiográfico da vida e carreira do diretor Bob Fosse, e sua relação com a morte. Dirigido pelo próprio Fosse, ele profetiza acerca de sua morte devido aos excessos promovidos pelo showbusiness, alcóol, drogas lícitas e ilícitas, problemas com mulheres e rotina desgastante de ensaios, que o levam ao colapso cardíaco. O filme tem como principal fio os 5 estágios do luto (negação, raiva, barganha, depressão e aceitação). O personagem central passa pelos estágios até a conclusão com sua morte. Embora o filme tenha estreado em 1979, Bob Fosse só viria a falecer em 1987, curiosamente de infarto, pouco antes de estrear uma produção de Sweet Charity em Washington.

Seguiremos com nossa série de postagens sobre cinebiografias do mundo da música. Leiam a primeira parte em: Cinebiografias da Música: parte 1

Referências: