Monteverdi e
a primeira orquestra.
Claudio
Monteverdi foi um compositor italiano cujo aprendizado musical que obteve era
fundamentado na composição contrapontística e modal, característica do século
XVI. Ele, porém, optou pelo caminho da homofonia e deu início a um estilo de
composição tonal. Mas os seus principais feitos no campo musical ainda estariam
por vir.
Monteverdi
decidiu aliar o teatro ao canto com a ajuda de uma grande massa instrumental.
Nascia então a ópera. Nesta atmosfera inovadora é que, em 1607 “Orfeu” é
apresentada ao público. Trata-se da primeira ópera conhecida, bem como o
primeiro agrupamento orquestral de que se tem noticia. Monteverdi também criou
a grade de orquestra para o regente.
O tema da
ópera é uma história de origem grega. O corpo orquestral é formado por 40
músicos aproximadamente e instrumentos dos mais variados. Na lista anexada à
partitura constam os seguintes instrumentos: 2 cravos; 2 violas contrabaixo
(que equivale ao contrabaixo moderno); um grupo de 10 cordas (provavelmente
violinos, violas e violoncelos); 1 harpa dupla; 2 violinos piccolo; 2 alaúdes
baixos; 2 órgãos portáteis de tubos de madeira; 3 violas da gamba; 4 trombones;
1 órgão de palheta; 2 trombetas (hoje equivale ao trompete); 1 flauta doce e 1
clarino (trompete agudo).
Essa formação
orquestral nos parece bem confusa, para muitos é caótica. Porém sua importância
não pode ser negada, uma vez que das melhorias que surgiram à partir dela, é
que se originaram as grandes composições tanto no campo da ópera como da música
puramente orquestral.
Monteverdi é o
grande inovador da música do renascimento. Além de empregar os acompanhamentos
instrumentais, ele se utilizou de dissonâncias e cromatismos em suas obras. Sua
vida pessoal, no entanto é repleta de tragédias. Perdeu a mulher e os dois
filhos devido à peste, e acabou por ordenar-se padre em 1632. Foi professor de
G. B. Rovetta, de Schütz e de Cavalli, entre outros.
Suas
principais obras são as religiosas “Madrigais Espirituais” de 1583 e “Vésperas
da Virgem” de 1610; e as profanas “Canzonette” de 1584 e “Scherzi Musicali” de
1607, além de nove livros de madrigais (1587-1615) e óperas como “Orfeu” de
1607; “L’arianna” de 1608; “Il ballo delle ingrate” de 1608; “Tirsi e Clori” de
1616; “Il combattimento de Tancredi e Clorinda” de 1624; “Il ritorno d’Ulisses
in pátria” de 1641 e “L’incoromazione de Poppea” de 1624.
Monteverdi foi
o último dos grandes compositores polifonistas e aquele que abriu o caminho
para a música homofônica, tonal e dramática do período barroco. A partir dele,
a música instrumental foi ganhando importância cada vez maior que culminou em
grandes concertos. Da mesma forma, as evoluções dos instrumentos se deu com a
finalidade de se buscar uma melhor sonoridade ao que ele criou, a orquestra.
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