quarta-feira, 14 de setembro de 2016

A História da Orquestra: 2º Movimento (Monteverdi)

Monteverdi e a primeira orquestra.



Claudio Monteverdi foi um compositor italiano cujo aprendizado musical que obteve era fundamentado na composição contrapontística e modal, característica do século XVI. Ele, porém, optou pelo caminho da homofonia e deu início a um estilo de composição tonal. Mas os seus principais feitos no campo musical ainda estariam por vir.
Monteverdi decidiu aliar o teatro ao canto com a ajuda de uma grande massa instrumental. Nascia então a ópera. Nesta atmosfera inovadora é que, em 1607 “Orfeu” é apresentada ao público. Trata-se da primeira ópera conhecida, bem como o primeiro agrupamento orquestral de que se tem noticia. Monteverdi também criou a grade de orquestra para o regente.

O tema da ópera é uma história de origem grega. O corpo orquestral é formado por 40 músicos aproximadamente e instrumentos dos mais variados. Na lista anexada à partitura constam os seguintes instrumentos: 2 cravos; 2 violas contrabaixo (que equivale ao contrabaixo moderno); um grupo de 10 cordas (provavelmente violinos, violas e violoncelos); 1 harpa dupla; 2 violinos piccolo; 2 alaúdes baixos; 2 órgãos portáteis de tubos de madeira; 3 violas da gamba; 4 trombones; 1 órgão de palheta; 2 trombetas (hoje equivale ao trompete); 1 flauta doce e 1 clarino (trompete agudo).
Essa formação orquestral nos parece bem confusa, para muitos é caótica. Porém sua importância não pode ser negada, uma vez que das melhorias que surgiram à partir dela, é que se originaram as grandes composições tanto no campo da ópera como da música puramente orquestral.
Monteverdi é o grande inovador da música do renascimento. Além de empregar os acompanhamentos instrumentais, ele se utilizou de dissonâncias e cromatismos em suas obras. Sua vida pessoal, no entanto é repleta de tragédias. Perdeu a mulher e os dois filhos devido à peste, e acabou por ordenar-se padre em 1632. Foi professor de G. B. Rovetta, de Schütz e de Cavalli, entre outros.
Suas principais obras são as religiosas “Madrigais Espirituais” de 1583 e “Vésperas da Virgem” de 1610; e as profanas “Canzonette” de 1584 e “Scherzi Musicali” de 1607, além de nove livros de madrigais (1587-1615) e óperas como “Orfeu” de 1607; “L’arianna” de 1608; “Il ballo delle ingrate” de 1608; “Tirsi e Clori” de 1616; “Il combattimento de Tancredi e Clorinda” de 1624; “Il ritorno d’Ulisses in pátria” de 1641 e “L’incoromazione de Poppea” de 1624.

Monteverdi foi o último dos grandes compositores polifonistas e aquele que abriu o caminho para a música homofônica, tonal e dramática do período barroco. A partir dele, a música instrumental foi ganhando importância cada vez maior que culminou em grandes concertos. Da mesma forma, as evoluções dos instrumentos se deu com a finalidade de se buscar uma melhor sonoridade ao que ele criou, a orquestra.

Leiam também o 1º capítulo: Primórdios

Parceiro: Casa da Musika

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