segunda-feira, 25 de setembro de 2017

História da Guitarra: Parte 1

Texto de Amanda Pontual

Publicado originalmente no Blog
 http://acordesrecife.blogspot.com.br/
em 05/11/2014
Guitarra, um instrumento musical que virou ícone, moda. Que se tornou símbolo de um movimento, sinônimo de mudança, de rebeldia, de subversão. Criado a partir da junção de música, tecnologia e eletrônica.

Sua origem é tão misteriosa quanto à de seu irmão mais velho, o violão. A guitarra clássica, que aqui chamamos de violão por razões que não serão abordadas nesse post, tem possível origem na península ibérica, provavelmente no século XV. A origem do nome guitarra pode ser atribuída ao músico italiano Leonardo Del Chitarino, que tocava um instrumento chamado de mandora ou Chitarino.
Mandora ou Chitarino

Mandora ou Chitarino
A guitarra elétrica surgiu da necessidade de impor um maior volume de som ao violão. Surgiu na década de 30 e não existe uma autoria da "invenção" do instrumento.

"A ideia era, além do mais, que soasse mais forte, obtendo uma imitação o mais fiel possível do som da música havaiana, muito em moda nos Estados Unidos naquele momento" (SALVAT, 2009)

As primeiras guitarras foram, portanto, as havaianas. Possuíam um braço comprido e corpo chato de alumínio. Ligada a um amplificador, a guitarra assumiu um papel de protagonista no conjunto instrumental.

A guitarra elétrica soa por vibração eletromagnética. Utiliza pedais de distorção e amplificadores. Embora não exista um "criador" do instrumento, dois nomes se destacam na elaboração de modelos e melhorias no instrumento. São eles Leo Fender e Les Paul.

Adolph Rickenbacker foi um dos pioneiros na construção de guitarras elétricas, provavelmente no ano de 1931. Fundou, juntamente com George Beauchamp e Paul Barth a Rickenbacker International Company (RIC), empresa que iniciou a fabricação de guitarras elétricas havaianas.

A primeira linha de guitarras da Rickenbacker foi a Frying Pan, projetada por Beauchamp. Possuía corpo de alumínio e podia vir com 6 ou 7 cordas. O nome oficial do instrumento é Rickenbacker Electro A-22, e seu apelido se deve à semelhança do instrumento com uma frigideira. A guitarra ainda possuía um certo problema de afinação e sua produção se estendeu de 1931 à 1939.

Rickenbacker Electro A-22 "Frying Pan"
Outros modelos célebres das décadas de 30-40 da Rickenbacker foram a Electro Spanish e Rickenbacker Electro Modelo B.

Electro Spanish

Model B

A Rickenbacker continua produzindo guitarras e baixos elétricos até os dias atuais. Os Beatles foram um dos grupos que preferiam o uso de instrumentos desta marca.
As guitarras de corpo maciço começaram a ser comercializadas entre as décadas de 30/40. Muitos foram os responsáveis pelos avanços obtidos na produção de um instrumento que, ao ser amplificado, mantivesse tanto sua afinação como uma boa qualidade sonora e de ressonância.
George Harrison com a sua Rickenbacker


Em 1936 a marca Gibson lança a ES150. A guitarra espanhola elétrica da Gibson foi o primeiro modelo de sucesso comercial. O nome ES refere-se à Eletricidade Spanish e 150 está relacionado ao preço cobrado pelo instrumento com cabo e amplificador, que girava em torno de US$ 150,00.
 Foi desenvolvido por Montgomery Ward e Spiegel May Stern. O modelo clássico possui os chamados F's presentes na família dos violinos. Um dos músicos mais famosos por utilizar este instrumento foi o guitarrista de Jazz Charlie Christian.

Gibson ES150


A fábrica Gibson Guitar Corporation descende da Gibson Brands, fundada em 1902 por Orville Gibson e que fabricava inicialmente bandolins. As guitarras Gibson são também conhecidas como Guitarras Semi Acústicas. São até os dias atuas, preferências do universo do Jazz e Blues.

Já na década de 40, a história da Gibson e de Lester William Polfus, mais conhecido como Les Paul, iriam se fundir. Les Paul criou nesta década a famosa guitarra "Log" que recebe este nome por ser formada de um bloco de madeira. Foi a primeira guitarra elétrica de corpo maciço.
Les Paul teve sua primeira experiência com a formulação de guitarras elétricas com 12 anos de idade. Ele introduziu um microfone de telefone nas cordas e uma cabeça de toca-discos no interior da guitarra acústica, ligando ao rádio dos seus pais. Fez essa experiência para conseguir amplificar o som do instrumento, pois ele tocava numa rede de fast-food e não era bem ouvido.

A sua “Log” foi apresentada à Gibson, mas inicialmente foi rejeitada. Les Paul foi ridicularizado e chamado de “o rapaz do pau de vassoura com pickups” (SALVAT, 2009). Uma década mais tarde, a Gibson lançaria as primeiras guitarras de corpo maciço em parceria com Les Paul.

Les Paul Log


Ainda na década de 40, Clarence Leo Fender funda a companhia K & F e passa a desenhar modelos de guitarra para a Rickenbacker.
Em 1946, Leo Fender funda a Fender Eletric Instruments Company. Dois anos mais tarde, associa-se a George Fullerton que irá contribuir nos designs das guitarras Telecaster ou Broadcaster, que serão largamente comercializadas na década de 50.
Este é apenas o início da comercialização de guitarras elétricas. Nas décadas seguintes, especialmente com a difusão do rock mundialmente, este instrumento passa a se tornar cada vez mais presente na música, e sendo aperfeiçoado ao longo dos anos.
Telecaster


Continua...

Parceiro: Casa da Musika

Bibliografia:

Coleção Instrumentos Musicais: Guitarra. Editora Salvat do Brasil Ltda. São Paulo – SP, 2012.

http://www.patguitar.com/images/Fender_Telecaster_229020/Fender_Telecaster_229020_01.jpg

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http://en.m.wikipedia.org/wiki/Guitar#

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http://www.rickenbacker.com/history_early.asp

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http://en.m.wikipedia.org/wiki/Frying_pan_(guitar)

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http://en.wikipedia.org/wiki/Gibson_ES-150

http://invention.smithsonian.org/centerpieces/electricguitar/pop-ups/02-07.htm

http://www.laparola.com.br/wp-content/uploads/2013/08/Log-Les-Paul1.jpg

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fender_Telecaster

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

15 de Setembro: Dia do Musicoterapeuta



DIA DO MUSICOTERAPEUTA


A Musicoterapia é uma arte e um ofício. É uma profissão, ao mesmo tempo que é um ato de amor. Em tempos em que nos vemos cada vez mais em uma sociedade adoecida pelas urgências diárias, pela pressa e pelas exigências, em que não temos tempo de nos conectar conosco, as terapias tem sido cada vez mais necessárias na nossa vida.

Uma grande aliada no nosso cotidiano tem sido a música, elemento artístico e de expressão cada vez mais presente na nossa sociedade. A Musicoterapia vem aliar a necessidade terapêutica e a linguagem musical, canal que tem sido um facilitador em muitas formas de terapia, sejam elas de reabilitação, paliativas ou psicológicas, exatamente pelo forte laço que une os seres humanos e a música.

Porém a profissão do Musicoterapeuta ainda enfrenta diversos desafios. Desde a luta pelo reconhecimento da profissão perante as esferas públicas até às lições populares para instruir que apenas pode exercer a Musicoterapia aquele profissional cuja formação englobe o curso superior ou pós graduação.

O dia 15 de setembro representa uma luta da UBAM - União Brasileira das Associações de Musicoterapia, que gerou o Projeto de Lei Nº 386 de 1988 do Estado de São Paulo, escrito pelo Deputado Moisés Lipnik. Em 30 de abril de 1991, o então governador de São Paulo Antônio Fleury Filho tornou oficial por meio da Lei 7177/91 o dia 15 de setembro como o Dia do Musicoterapeuta, data que mais tarde se tornaria nacional.

Apesar da data ter sido instituída em 1991, apenas em 2010 a profissão de Musicoterapeuta foi incluída na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Atualmente, o profissional Musicoterapeuta atua com o CBO (Código Brasileiro de Ocupações) número 2263-05, como subárea de “Profissionais das terapias criativas, equoterápicas e naturológicas”, como consta no Portal do Trabalho e Emprego, do Governo Federal (2015). É reconhecido o profissional com graduação em Musicoterapia e os portadores de especialização na referida área.

Está em tramitação na Câmara dos Deputados Federal o Projeto de Lei 6379/2019 de autoria da deputada federal Marília Arraes que visa a regulamentação da profissão do Musicoterapeuta. 

Ainda há muito o que galgar na profissão de Musicoterapeuta. Seguimos na luta. Enquanto isto, parabenizamos a todos os profissionais desta bela e árdua profissão.

Parceiro: Casa da Musika